quarta-feira, 4 de maio de 2011

Gaeco denuncia envolvidos em esquema de cobrança no Pronto Socorro de Cuiabá

Fonte: MPE-MT



O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), denunciou nove pessoas envolvidas em um esquema de cobrança de propina para burlar o sistema de regulação interna do Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, responsável pelo controle da fila de espera para realização de cirurgias. De acordo com a denúncia, entre os envolvidos estão: médicos, gesseiros, instrumentadores cirúrgicos e usuários do Sistema único de Saúde (SUS).

Segundo o promotor de Justiça do Gaeco Arnaldo Justino da Silva, responsável pelas investigações, no esquema cobrava-se em torno de R$300 a R$ 1,5 mil, para que o paciente internado fosse imediatamente submetido à cirurgia em detrimento de outros que aguardavam na fila há mais tempo. “ A corrupção só ocorria porque gesseiros e instrumentadores em conluio com os médicos solicitavam vantagem indevida para burlar o sistema de regulação municipal interna do Pronto Socorro, referente aos pacientes que aguardavam na fila para agilização de cirurgias ortopédicas,” concluiu o promotor.

Durante as investigações, o Gaeco verificou que nenhuma providência concreta foi tomada pela Direção do hospital para impedir os ilícitos que estavam sendo praticados pelos funcionários denunciados. Só depois de saber que o Ministério Público estava observando o processo de encaminhamento dos pacientes é que o diretor geral e a funcionária responsável pelo setor de regulação do PSMC iniciaram medidas para fazer o efetivo controle da fila, tais como exigir justificativa do médico para alterar a ordem cronológica para priorizar os casos de maior gravidade, como ser criança ou idoso. Eles responderão pelo crime de prevaricação.

O promotor explica que além da reserva de vagas, os gesseiros rotineiramente vendiam anestésicos e outros materiais que roubavam do Pronto Socorro, como xilocaína,morfina, adrenalina e diasepan. A venda de atestados falsos a quem estivesse interessado em pagar entre R$25 e R$50 era outro crime cometido pela quadrilha.

Para o coordenador do Gaeco, procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado, as investigações demonstram que houve um total descontrole por parte da direção do Pronto Socorro. “Gostaria de pedir ao secretario de saúde e ao senhor prefeito municipal em nome da população Mato-grossense que zelem por mais transparência no processo, e a todos que se sentirem lesados que procurem o Ministério Público e denunciem,”afirmou Prado.

Eles responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa, peculato e falsificação de documentos. A denúncia também aponta o crime de prevaricação por parte da Diretoria Geral do Pronto Socorro.


Veja a lista com os nomes dos envolvidos:

Servidores:
Josué Pinto da Silva – Gesseiro
Wlamir Benedito Soares – Gesseiro
Jairo Calamir da Cruz – Instrumentalista Cirúrgico
Diogo Farias Sodré – Geseiro
Murilo Sant’Ana Barros – Médico
Marcos Benedito Corrêa Gabriel – Médico

Beneficiados:
José Geraldo Souza Oliveira – Comerciante
Alex Willian Xavier da Silva
Rosangela Aparecida do Espírito Santo

Nenhum comentário:

Postar um comentário